Durante vistoria realizada nas instalações da Unidade de Pronto Atendimento do bairro Belo Horizonte, na manhã de ontem, 30, o prefeito interino Francisco José Júnior revelou que caso o número de profissionais remanejados pela Secretaria Municipal da Saúde para iniciar o funcionamento da UPA não seja suficiente, o município contratará servidores terceirizados.
Segundo o prefeito, serão necessários pelo menos 100 profissionais para que a Unidade possa atender plenamente à população. “Nós estamos fazendo o levantamento e caso a gente não consiga completar esse número nós iremos terceirizar, isso em comum acordo com o Ministério Público, porque sabemos que esse serviço é essencial para Mossoró. Se não tivermos o fechamento dessa equipe até o dia 10 de fevereiro, podemos fazer contratos de emergência”, enfatiza.
A secretária de Saúde, Leodise Cruz, que acompanhou a vistoria na UPA do Belo Horizonte, confirma a possibilidade de terceirização. “Estamos em fase de conclusão do dimensionamento dos profissionais que nós temos na rede municipal de saúde, caso não tenhamos no nosso corpo de profissionais uma equipe para a UPA nós deflagraremos uma contratação provisória”, afirma.
A expectativa do município é que a Unidade seja aberta até o dia 28 de fevereiro. Na manhã de ontem, foram vistoriados equipamentos, instalações elétricas e hidráulicas, além da estrutura física de forma geral. “Estamos fazendo um “checklist” com vereadores, enfermeiros, médicos, bioquímicos, entrando em todas as salas, checando também as obras que estão sendo finalizadas, na caixa d’água, os cabeamentos. Posso dizer que a partir dessa vistoria vamos nos reunir novamente e anunciar uma data oficial de quando será aberta a UPA do bairro Belo Horizonte”, destaca Francisco José Júnior.
De acordo com Leodise Cruz, ainda faltam ser adquiridos alguns materiais para que a Unidade possa iniciar o seu funcionamento. “Já temos bastante material, de mobiliário praticamente não falta nada, somente alguns materiais mais específicos, principalmente de manejo, médico-hospitalar, para entubar, para fazer o funcionamento diverso. Já os equipamentos mais caros, alguns ainda estão em processo de licitação”, pontua.
Participaram da vistoria auditores da Secretaria de Saúde, vereadores, auxiliares do primeiro escalão da Prefeitura Municipal de Mossoró e ainda representantes do Departamento de Vigilância à Saúde, como Allany Medeiros: “Pelo que podemos constatar no prédio, na estrutura física, as questões sanitárias estão sendo seguidas a contento, há apenas pequenos ajustes que precisam ser feitos, mas não inviabilizam a abertura, como trocar uma pia de lugar”, comenta a diretora.
População reclama de atraso na abertura da Unidade
Moradores do bairro Belo Horizonte lamentam que mesmo após a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento - UPA, no final de dezembro de 2012, o atendimento à população nunca tenha sido iniciado. “Fica até difícil acreditar nesses prazos que eles dão. Nunca vi inaugurarem uma obra sem ter nada nela, foi o que aconteceu aqui”, diz o pedreiro Francisco Filho.
Para o morador Cosme Sérgio, o que causa mais indignação é saber que apesar de ter uma UPA a poucos metros de casa, é preciso se descolar até regiões como o Alto de São Manoel ou Santo Antônio para ser atendido. “A gente tem que ir para outro bairro, mesmo tendo uma Unidade aqui, é uma falta de respeito. Faz tanto tempo que inauguraram o prédio, que acabamos perdendo a esperança”, lamenta.
Cronologia
As obras de construção da UPA do Belo Horizonte foram iniciadas em junho de 2008;
Os serviços só foram concluídos em fevereiro de 2012, dois anos após a previsão inicial;
Com a conclusão da obra, a Unidade foi inaugurada dez meses após, em um dos últimos atos da então prefeita Fafá Rosado como chefe do Executivo municipal.
Fonte: O Mossoroense